domingo, 26 de junho de 2011

Ouro de Minas


...Éramos oito, assim constituídos: psicóloga, historiador, advogado, educador, artista gráfico, psiquiatra, presidente, primeira dama e poetas.
A tarde estava bonita e agradável. Uma tarde gostosa, que prometia! Tinha queijos para todos os gostos. Os tons de verde variavam, ora mais claro, depois mais escuro, depois claro e  escuro.
Pra começar, sentamos no “Ultimo Gole”  e fomos logo pedindo uma cachaça. O quintal era grande, depois da primeira lapada no copo, demos um abraço em família. A alegria era geral.
Fomos fazendo o pedido. Primeiro o torresmo de sempre, depois a língua afiada, mais conhecida como língua de vaca com uma couvinha bem verdinha como as montanhas e não se esqueça do tutu.
Comemos e saímos, subimos a pedra, tiramos fotografia e lá do alto vimos o mundo. O Galeguinho quis se amostrar, subiu lá no topo, fazendo trela. Lá municipal. Lá embaixo ríamos.
Demos mais um abraço em família e saímos para o mercado municipal. Falamos da vida, sentimos saudades, torcemos contra, criticamos o técnico e conhecemos uma família bonita e gostosa como aquela tarde.
Esse era  o encanto de Minas! Nosso Clube da Esquina....

O Velho Braga e suas histórias

Rubem Braga, capixaba de nascimento mas filho de coração da terra do Rei, Cachoeiro do Itapemirim. Jornalista das antigas, cobriu guerras, namorou bem, saiu do Espírito Santo e correu o mundão.
Sofreu, amou, conheceu figuras interessantes. Mesmo com a famosa e imbatível moqueca Capixaba da sua terra, não deixou de apreciar a comida e o povo mineiro.
Estava na vida para viver, também gostava de passar a vida para o papel! Quem quiser saber mais sobre Rubem Braga, deve ficar atento à Revista de Literatura que o Instituto Moreira Sales lançará neste mês, sobre suas loucas e doces histórias.
Aliás, vale lembrar que  o velho Moreira Sales era mineiro, nasceu na linda e montanhosa  Cambuí, no sul do Estado de Minas Gerais.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Epitáfio em vida!

Meus amigos, aviso que morri! O que vocês lêem aqui é psicografia pura. Acabo de saber que na receita federal eu não consto, aliás, nem eu, nem o Palocci.
O problema é que agora, tenho que provar que estou vivo, e confesso que tá dando o maior cansaço!!!
Fui abrir uma conta no banco e o nome da  minha mãe no CPF era Izaura e no RG Isaura. Fui até a Receita para corrigir o equívoco, mas lá constava qu eu estava morto, mortinho da silva! Foi quando quase morri de susto.
Mostrei a identidade, o CIC, o PIS, bilhete único, carteira profissional, titulo de eleitor, carteira de estudante e nada. Nada valia como prova da minha existência.
Sobe aqui, desce ali, cinco aqui e dez ali, fui pensando no Kafka, no romance O Processo, em Beckett e seu  Esperando Godot e tantos outros absurdos da burocracia, que não acaba mais, fruto da ditadura, como uma maldição.
Vide o velho Sarney tentando omitir que houve o impeachement do Collor...  Penso no veto do governo ao vídeo para os professores, contra a homofobia, a questão de não podermos escrever como falamos, o código ambiental, a gangue da polícia roubando os caixas eletrônicos, bem... mais absurdo que isso.....
Por favor, devolvam minha vida!!!!!

É Zâmbia na área!

 Logo que saí do metrô, dobrei à direita, depois à esquerda e lá embaixo, avistei Zâmbia tomando um pouco de café num copo de extrato de tomate que hoje serve pra tudo.
Conforme subia a rua, ia pensando naquela partida entre Cascavel e Camarões, quando acabei com o jogo. Ganhamos de dois a um.
Zâmbia era o técnico do Cascavel, eu vi seu olhar de ódio ao ter que me entregar um troféu que ele acreditava já ganho!
Eu pensava que Zâmbia, com o copo apertado na mão direita, olhava para o campo como se esperasse seu time fazer mai um gol.
Mas ao me aproximar, notei que seu olhar estava voltado para mais uma construção de condomínio no mesmo lugar em que Zâmbia era tão considerado por todos.
Vigilante de trem,  Zâmbia contava para seus amigos da CPTM, as aventuras vividas no campo da várzea da zona leste. Para ele, era o acontecimento. Apesar de vigilante, Zâmbia acredita que vacilou, permitiu que a Cohab construísse prédios no campo do Cascavel e a comunidade perdeu mais um espaço de lazer, ficou ainda mais pobre.
Hoje, Zâmbia aguarda ansioso a construção do Fielzão, próximo ao prédio da Cohab, onde ele pensa em se inscrever para adquirir um apartamento popular. Na segunda, vai ao poupa tempo em Itaquera para tirar a carteira de trabalho e decidiu que não quer mais ser vigilante.
E seu grande sonho era treinar o timão, assim como treinou o Cascavel... Salve Zâmbia!!!!