sábado, 16 de julho de 2011

Férias com Guiherme

                                                            (Muito medo da Monga)

Guilherme é um garoto loiro mas diz que queria ser ruivo.
Veio de Mogi das Cruzes para passar algumas horas das férias em São Paulo, mas não poderia demorar. Primeiro foi ver uma exposição que mostrava algumas capas de livros infantis. Gostou bastante, viu capas de caveira, jacarés, sobre palavras, castelos de príncipes e mau assombrados.
Depois foi ver uma exposição sobre robôs e campos minados, mostrou a língua para o scanner e saiu do outro lado já registrado com a língua pra fora, junto com o tio Paulão que sou eu....também mostrei a língua!
Guilherme ainda tinha que visitar o playcenter, sendo que lá ia andar de chapéu mexicano, polvo, splash, turbo, e até a mulher Monga.
Eu bem que falei, “Guilherme, não entre nessa atração, a mulher Monga pode te pegar”
Mas ele não acreditou e entrou assim mesmo, quando ela saiu da jaula, Guilherme correu tanto que chegou em Mogi com o cabelo ruivo de verdade mas ainda em tempo para assistir o último filme de Harry Porter.
Gostaria de saber qual foi o final, mas só saberei nas próximas férias, isto é, se Guilherme não aparecer só por algumas horas. Aí sim, o bicho vai pegar!!!



Com olhos de Edith

Quarta feira, 13 de julho. Trânsito parado, caminho traçado, chegar até o bar do Zé Batidão, nas fronteiras longínquas de Snato Amaro. 
Jardim Angela, São Luís, Capão, Piraporinha, Parque Santo Antônio, não importa, tudo é próximo. Paramos no caminho para perguntar e Dona Vilma que já conhecia o pedaço nos deu a informação derradeira.
O Bar era logo na rua de cima. Lá chegando, fomos recebidos por Sérgio Vaz e sua ‘gangue’. Gangue de respeito, que provoca e faz com que e o outro de enxergue e valorize sua alma.
Enxergar com os olhos de Edith, poetiza da quebrada que fala sobre Castro Alves, Xangai, pondo-se a ver além das fronteiras dos bairros, indo até o Amazonas, denunciando as queimadas e injustiças que vê pelo caminho.
Dona Edith volta pelo sertão e lá encontra com Marcelino freire, lançando seu mais recente livro ‘Amar é Crime’.
Emocionado o escritor une Sertânia com Alemanha, falando  numa língua que nos identifica e é tão importante. Era o Dito.
 Isso dona Edith já enxergava, apenas indicava  mais um caminho para Marcelino, assim como sua mãe que ficou em Sertânia também fazia, e também dona Marina que era do sertão pernambucano e parecia com Dona Edith.
Gostaria que isso fosse um poema, pois teria imenso prazer em recitá-lo no Bar do Batidão. Falaria com o coração e com respeito a todos que ali passam e passarão, os outros passarinhos como dizia o velho poeta. Mas deixo pra outra hora.
As coisas por aqui também tem seu tempo, Tempo de amar e como já disse Marcelino: ‘Amar é Crime’.
Ao fundo, Bruno e Brau tocam blues e os poetas gritam: Uh Cooperifa!!!!
Voltamos com a alma lavada, enxergando mais longe... como Edith.