sábado, 28 de dezembro de 2013

As almas de Avicena


 
Avicena, o médico das almas, peregrinou pelas ideias via Arábia, no século X e se esforçava para que seus inventos fizessem parte de um cotidiano que discutisse o valor da medicina do ponto de vista científico, mas também da alma.

Já Antonio Bento gostava de discutir sobre a sabedoria dos pássaros e as botinas que usava quando era da cavalaria do exército. Com seus dedos ágeis tocava violino, a espera do cair do sol ou de alguma diva vestida de noiva.

Assim formavam-se as almas, tanto faz se de Avicena, Olívia ou Seo Bento, o significado delas é a passagem.

No caso de Avicena chamamos de interpretação: a síntese possível!

No caso de Olívia, a alma vinha da melodia, podemos chamar de aboio.

Já no caso de Antonio, diríamos que pelo traje alinhado naquela foto do quartel, merecia ser chamado de Comandante....

domingo, 14 de julho de 2013

Nas trilhas de Paraty





 Para chegar nas trilhas, tem que passar pelas pedras, refleti-me nas poças de água, escorreguei, mas não caí...


Ou melhor, caí sim, nas areias da praia do Cachadaço, fui admirado por um cachorro vira lata que fingia ser meu segurança apenas porque eu o presenteava com algumas iscas de peixe.

Mas, voltando às trilhas e pedras, encontrei-me com Xico Sá, numa dessas ruas escorregadias que em enoite de lua cheia faz o bicho tropeçar e chegar reclamando pra todo mundo na rodoviária...

Xico parou ou foi parado para ouvir palavras... riu brincou e partiu. Ouviu barulho do teclado de uma máquina de escrever, identificou o lugar e chegou atraído por toques de dedos femininos.

Retornou, entrou numa sala, falou sobre futebol, gols e impedimentos.

Dos gols, participaram Dr Sócrates, Nelson Rodrigues, Márcio Xampu, Pernambuquinho, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, mulheres bonitas, feias e machos jurubebas.

Das virtudes falou sobre o cheiro do alho, o resto de caju na barba e comida japonesa.

Dos impedimentos, citou Renan Calheiros, José Maria Marin, Eurico Miranda, transporte coletivo, desilusão...

Mais adiante encontrei Bonassi, que falou de Waldemar, funcionário querido da antiga detenção.

Falou de jogo, botinada, expulsão e juras de morte, do perdão e da sabedoria. Citou Luiz Alberto Mendes, Memórias de um Detento e duelou com Scandurra.

O poema foi bonito.

Na praça estava Ricardo Ramos, falando da agonia da criança que perdera seu cachorrinho e pensei comigo, se seria aquele para quem eu dava pedaços de peixe, quando caí nas areias do Cachadaço.

Na verdade as histórias se cruzavam, aqui e ali, as trilhas se abriram e os personagens escolheram seu caminho.

Terminei escolhendo uma bem interessante, era a trilha da Praia Brava, fiz isso, por indicação de Xico Sá. Foi uma decisão importante, pois seguindo mais adiante, tornei a pisar as pedras e segui meu trajeto, quando deparei-me com um poema escrito com carvão na parede da casa de Bartolomeu de Campos Queiros... Me pareceu um filme de Eduardo Coutinho...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Pensamentos


O Chapéu do Mestre 

O Feijoada era considerado mestre, por várias razões. Era o ouvido absoluto do samba, tinha verdadeira paixão por sinfonias, tanto que criou a sua.
Com a Sinfonia das cuícas, deixou sua marca.
No quesito cocuruto, Feijoada costumava usar um chapéu de tecido fino, talvez para dizer que sua cabeça ‘estava protegida’.
Poucos acreditavam que não, quase todos achavam que sim. O certo, é que o mestre marcou uma sinfonia logo após essa foto e desapareceu.
Alguns dizem que subiu com essa companheira ao seu lado, era doida por estética, assim como o mestre. Nessa sua ausência, o não show ficou conhecido como O chapeú do mestre. Denise gostou.

 
Mestre Sala e Porta Bandeira 

Na cabeça dos ‘Claudios’ há imagens distantes que chegaram através de ousadias e gingados.
Os ‘Claudios’ são oriundos  dos povos que tem cabelo duro, mas não miolo mole.
Usam de um jeito que outras etnias já usaram mas não sabem ao certo onde esse modelo começou.
Só sabem que gostaram. Daí para aperfeiçoar o gingado, foi rapidinho, afinal a estética era a mesma!  ‘Cabeça sana, corpo insano’. Já era!

 

Gê Manhosa

Gê Manhosa já havia concorrido com samba enredo em várias escolas por aí. Nunca teve medo. Enfrentou sambistas da pesada. Ganhando ou perdendo Gê manhosa sabia se impor.
Neste dia específico, Gê teria uma incumbência mais forte ainda. Iria cantar um louvor a todas as participantes presentes, pois era dia internacional das mulheres.
Gê colocou adornou seu corpo com os adereços que achava mais representativos. Os anéis eram originais, assim como seu colar, suas mãos estavam carregadas de suor e magia.
Gê estava vestida de vermelho, cor de sangue, cor de paixão e sua estética era da paz!