domingo, 16 de setembro de 2012

O circo chegou, vamos todos até lá!



O circo e sua magia foi o tema que a Escola de Samba Flor da Vila Dalila escolheu para representar o carnaval de 2013.

Ano este que celebrará os 40 anos de vida desta escola tão querida que conta com um passado de muita luta e resistência.

Luta por fazer parte da tradição do samba e para sobreviver numa sociedade preconceituosa em relação à cultura popular e seus seguidores.

Foi necessária muita resistência para sobreviver às adversidades da vida que por vezes nos cobra de uma maneira contundente.

Situada próxima ao rio Aricanduva, teve sua quadra algumas vezes invadida pelas águas implacáveis que transbordavam, causando muitos estragos em suas fantasias e carros alegóricos, pondo a perder todo o trabalho realizado por muita gente, na tentativa de fazer um carnaval bonito.

Mas a escola resistiu a tudo isso e hoje se orgulha de escolher como tema o Circo - o lugar oficial da alegria, como representante dessa história de algumas tristezas mas também de muita felicidade.

Estamos orgulhosos com isso! e vamos juntos encontrar o melhor jeito de contar essa bonita história!!!

 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sempre a mesma neve, sempre o mesmo tio...


 
Herta Miller, uma escritora romena, recebeu o prêmio Nobel de literatura em 2009. Poetisa, ensaísta e romancista, Herta bate na tecla do tempo em que era esperada pelo serviço secreto romeno, tendo seus passos seguidos por todo o sempre, assim como Caetano Veloso  e Chico Buarque, dentre tantos outros, foram perseguidos na ditadura militar.
Recebeu convite para se tornar espiã, foi perseguida no trabalho, teve vontade de morrer, estes e outros temas, fazem com que o livro de Herta se assemelhe com outros dois livros escritos por  brasileiros.

São eles: Passageiro do fim do dia, escrito por Rubens Figueiredo e editado pela Cia das Letras e Estive em Lisboa e lembrei de você de Luiz Ruffato, pela mesma editora.
Rubens descreve o trajeto de um passageiro que ao final do dia , cansado, lendo um livro de Darwin, sobre o Rio de Janeiro descrevendo as paisagens e a natureza das espécies.

O tempo para o passageiro é monótono e intenso como o de Herta, tempo de muita pressão. Pressão pelo poder, oficial ou paralelo. No caso de Herta, o poder aparece sob a análise de Canetti, pensador italiano que diz: ’O poder quer sempre crescer, seu crescimento não tem limites impostos pela natureza.’
Natureza carioca de Darwin e o poder paralelo de Rubens é o que faz com que o passageiro do fim do dia sonhe em pé, dentro de um ‘ônibus lotado e sem rumo’, com o prato preparado, com as compras do mercado feitas por ele e sua companheira.

Já Herta começou a sonhar nas escadas da fábrica onde trabalhava, pois era preciso fazer mais do que era possível ser dito.
Sonhos apesar das dificuldades, necessidade de encontros.

Já Ruffato, com seu personagem Serginho, sonha com a possibilidades de ter um descanso em Cataguases, norte de Minas, mas pra isso terá que passar por Portugal, destino de vários brasileiros, caboverdeanos, guineenses, angolanos, moçambicanos, saotomeenses, ó pá!
Sonham em decifrar seus próprios códigos e também os alheios, para  através disso, tornarem-se parecidos com os personagens de Herta e de Rubens, mas sem nunca esquecer que Herta, Caetano e Chico, dentre tantos outros, tiveram seus sonhos em parte, interrompidos.

Paulo Rafael da Silva
Julho/2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bravura e Brilho


Lorenzo foi buscar o vovô e a vovó no aeroporto.
Olhou a fonte jorrando água e sorriu, depois apontou o papai...
Brincou de músico, fez aquecimento e jogou capoeira. Dormiu, acordou com pique e foi ao parque.

Viu teatro, correu na grama, olhou por cima e viu seu pai. Correu atrás dos pombos e acabou empurrando um pintinho de asas abertas, tudo isso, no Planalto Central.
Lorenzo fez disso sua alegria e alegria dos avós... que ficou parecida com o sorriso dado quando viu a água jorrando da fonte do aeroporto.

Lorenzo tem,’ bravura e brilho!!!’