sábado, 22 de dezembro de 2012

Ao mestre com carinho

Tarde de sábado, esquina da General Osório com o Largo, chega mestre Paulo com uma escadinha para ajudar a colocar a lona e dar início a mais uma roda de samba.
Aquele dia seria especial, era o desfile do cordão da Rua do Samba Paulista. Meninos da cracolândia, bolivianos, gays, travestis, bancários, jornalistas, professores, africanos, todos cabiam naquele evento.

O desfile era encantador, o cordão aumentava e a cada esquina era incorporado por mais mestres que contribuíram para que o samba saísse.
Feijoada, Lagrila, Hélio Bagunça, Dona Zefa, Maria da Penha, Bernardete, Seo Nenê e Tantos outros.

Mestres que nos ensinaram que a vida também é feita de sons e ritmos. Deixaram esse legado com os pacientes do Caps do Bibi-tantan que embalados pelo surdo ensinado por Mestre Paulo, faziam com que o mestre sala e a porta bandeira girassem alegres e delicados, pois foi assim, que eles aprenderam no ensaio, a alegria da vida.

Mestre Paulo sorria e batia no bumbo tão forte quanto as batidas do seu coração. Todos que participaram desse cordão, cantavam sem perder o ritmo e a ginga, que de longe se escutava: ‘Agoniza mais não morre’.